Olá pessoas que estão lendo meu post por meio de links e avisos desse aguardado (ou não) post dentro do meu, relativamente, desconhecido blog. A origem do post que se segue é referente a algumas questões que tem me infligido certo desconforto mediante o meio otaku, mais especificamente, o que se chamam de Fujoshis.
Pelo que sei Fujoshis tem dois significados amplos, mas, o que será usado nessa postagem, são mulheres fãs do gênero Yaoi. Não irei me deter nos pormenores da constituição e nem da arte Yaoi pelo fato de eu mesmo conhecer muito pouco sobre essa arte “milenar e secreta” como muitas vezes ela parece ao fã de animações Japonesas. Vulgarmente, chamado no BR de otaku. Polêmicas com esse nome tão pouco serão debatidas.
Minha experiência com esse grupo tem sido ruim e até mesmo tensa. Sendo que constitui um ódio pouco comum dentro desse nicho do nicho que é como se pode definir esse grupo. É bom notar, entretanto, que eu mesmo faço parte de grupos de nicho: sou jogador não casual de games de RPG, especificamente, os famosos JRPGs. Amo RPG de mesa e tenho uma carga de animês vasta. Sendo assim, não me enquadro nem tanto em algum nicho como, também, não sou parte do público “geral” otaku. Deixo isso claro como defesa prévia sob futuras acusações em cima das afirmações à seguir. Se você tem problemas com preconceito, afirmações categóricas, generalizações, insinuações de ódio, Flame War generalizado e não gosta de polêmica, por favor, se abstenha da discussão. Ela será tudo menos amena, mas, claro, haverá respeito.
Acho que outros esclarecimentos são necessários porque eu irei fazer uma crítica severa e ácida ao fato do que é ser Fujoshi. Portanto, baseado em uma experiência limitada, e, portanto, pouco realista do modo quantitativo de como é o real comportamento de uma menina dessas na vida real irei traçar o que para mim é o perfil dessas fãs. Conheço pessoas (garotas) inteligentíssimas, sensíveis e muito mais bem sucedidas que eu que cairiam nessa categoria de Fujoshi.
Fazer Shippagem (esperar pela concretização de um casal ou de um romance) em uma série é uma prática comum não restrita ao gênero. Na verdade, o Romance e a expectativa de um caso amoroso é atribuído a noveleiras, mas isso está longe de ser a realidade. Isso se aplica às Fujoshis com relação aos casos amorosos homossexuais entre seus protagonistas de mangás. O gênero yaoi veio cobrir essa exigência mais que específica de um público crescente. A perversão do gênero Moe surgiu disso assim como outros elementos e modificações diante das exigências estéticas de públicos específicos.
Há, portanto, um mercado que foi constituído por exigências específicas de um grupo dentro de um grupo. Okay, mas e daí?! Acontece que essa especificação saiu do controle. O próprio termo Fujoshi (assim como otaku) é um termo revestido de preconceito e insinuações maldosas. Ele siginifica literalmente menina podre ou mulher apodrecida. Algo similar poderia ser o correto. Não me importa o que é exatamente, mas que o termo é pejorativo e indica um certo desvio de caráter.
Não estou afirmando que ter prazer em observar relações homossexuais com afinco e fazer shipping seja ruim. Todo mundo fez shipping na vida em algum momento. Saiba disso ou não. Seja por gostar de séries ou acompanhar qualquer tipo de produção seriada que tenha romance. O problema é o nível e a importância atribuídos à isso. Observar as relações entre Syaoran, Toya e Sakura e querer que o romance seja generalizado e mesmo se comover com o amor entre dois homens pode ser uma experiência “diferente”. Porém, as relações e o modo como é tratado são interessantes. Amor, amizade e romance não tem limites de gênero.
O grafismo dessas relações, entretanto, incomoda muita gente, portanto, se manteve esse tipo de mangá na gaveta de fãs e de circulação restrita. Incomoda pelo exagero das proporções e a delicadeza afeminada e extremada dos homens havendo a transfiguração do masculino para o feminino das personagens masculinas. o tem todo o poder de incomodar aos mais conservadores. Não que esse modelo seja ruim em si. Na verdade é um padrão da cultura Japonesa a beleza afeminada e o tratamento das feições belas como mais delicadas.
Então onde reside o problema, pergunta o leitor? Agora é que o pau vai comer! No público, oras. Desculpe, mas é o público que torna essa prática de gostar e de cultuar insuportável. Em geral, os fãs tendem a tratar com seriedade demais aquilo que eles cultuam. As Fujoshis não são exceção nesse quesito, mas elas estendem seu interesse que é específico para quem não quer ver e nem se sente confortável com isso. Imagine alguém querendo convencer vc que um filme de um diretor Expressionista alemão que trata de sindicatos e política seja interessante. É quase uma escola e doutrina em certos aspectos.
As “fãs de Yaoi” mostram imagens, divulgam seus trabalhos e mantem entre si esse interesse, mas existe sempre a divulgação indevida de um gosto alheio à um público. Seja por meio de choque de mostrar homens com corpos delgados se pegando ou cenas de penetração anal masculina em redes sociais. Não tão comum, mas vira e mexe acontece.
Em geral, elas constituem um grupo fechado de restrito interesse. Muitas delas não gostam de mangá: nem shoujo, Josei e , especialmente, shonen, apenas Yaoi. Dentro dessa atitude há assimilado a elas um movimento de que o mangá Yaoi inventou muita coisa dos outros mangás e afirmações da qualidade superior como arte dessas produções. Havendo uma supervalorização e uma “inflação” de valores agregados às obras. Diz-se, comumente, que nenhuma outra obra consegue tratar romances e relações afetivas com tamanha seriedade como as referidas obras.
Existe, também, por extensão, a atribuição de certas obras e autores ao rol do Yaoi e uma apropriação dessas obras para o gênero em si. Assim como muitas vezes existe dentro de certos limites a afirmação de que certas obras são exclusivas para mulheres. O que não restringe aos mangás, mas às obras literárias. Jane Austen sofre desse mesmo mal. Só que é uma literatura que pode ser dita feminina e se fosse assim com essas obras estaria bem. Porém, existe uma expansão forçada do gênero à quem não se interessa por esse tipo de temática.
Portanto, o gênero tem sua origem, seu grupo de fãs, mas muitas vezes essa exaltação na defesa do gênero em si e da necessidade de se dizer fã acaba por se criar essa imagem ruim. Afinal, invadir o espaço alheio com temas e propostas que tem interesse específico e restrito é muito despudorado e mal educado.
Texto interessante, “não vi” muito como ataque gratuito, especificou seu ponto razoavelmente bem.
Reblogged this on Anime Portfolio.
Vi o link lá no Twitter, e resolvi comentar seu texto. Vamos lá!
Conseguiu expressar a opinião de maneira relativamente neutra (Afinal, um texto nunca é completamente neutro – sempre tendencioso de alguma forma), de acordo com o que diz o comentário do colega Lupus. Fujoshi é um termo que foi adequado ao tipo de gênero considerado “errado” pelas convenções do mundo atual e ao preconceito instituído pela sociedade, que foi passado de geração para geração, desde os tempos em que a Igreja dizia que era algo ruim. Não questiono a opinião deles, mas acredito que não deveriam instituir seus ideais e fazer com que todos sigam e blablabla… Mas, esse não é o ponto que resolvi abordar. Sou hétero e respeito a opinião alheia (e tudo isso não vem ao caso). Concordo com as opiniões e argumentos mencionados logo acima no texto, e acredito que só o próprio termo com que se denominam essas garotas que possuem um gosto voltado para o yaoi (que também não possui uma definição positiva – YAmanashi, Ominashi, Iminashi – Sem roteiro, sem clímax e sem sentido, se eu não estiver enganado) e afins já seja algo que transmita uma imagem negativa. É um preconceito muito forte, justamente por essas raízes definidas pela religião e conceitos baseados em dogmas. Não bastasse isso, somos inundados por fanservicing desta laia em alguns animes, sem a menor explicação ou motivo específico para determinadas cenas (o que pode levar a uma generalização). Não conheço o gênero a ponto de afirmar algo, mas como tudo na vida, deve ter algum que preste (pelo menos para o agrado dos fãs). Mas, cada um tem seus gostos. Cabe a nós respeitá-los x)
Não acho que valha a pena questionar quem está certo ou errado, apenas dignar-se a um diálogo onde apresente o fato de não querer ver tais formas de expressão já seria o bastante. Você tem o direito de ver ou não ver o que quiser e os demais indivíduos tem o dever de respeitar isto e vice-versa.
Sejam Fujoshis, Otakus, jogadores de RPG, Metaleiros, Torcedores de um clube de futebol, havendo respeito entre as partes e não invasão do espaço de cada indivíduo, tudo estará bem. Por isso acho que o texto foi importante para expor sua opinião, mas deveria ser direcionado a todo tipo de fanboy ou fangirl que não respeita o espaço do próximo e não apenas a fujoshis, mesmo assim respeito sua opinião apenas não concordo em 100% com ela.
Com relação a termo pejorativo ou não, acho que “fujoshi” a muito se tornou, mais um simples nomenclatura que um termo pejorativo fora do Japão ao menos, simplesmente na falta de um outro termo que identifique fãs de Yaoi (trabalho produzido por fãs), e BL (trabalho produzido por profissionais) . O mesmo vale para o termo Otaku,Otome e por aí vai. Por isso acredito ser de mau gosto a forma como o termo foi apresentado ao não se identificar que o significado pode mudar dependendo do local onde é utilizado. Por exemplo, em alguns países do mundo, fora Japão otaku também tem significado pejorativo, mas na grande maioria é usado para qualquer fã de anime ou mangá, aliás muitos que se dizem otaku nem sabem o significado original do termo e outros que sabem e faz jus ao termo tal qual o significado original se sente ofendido quando usam o termo para identificá-lo.
Queria dizer mais uma coisa, é meio contraditório você ilustrar o seu post contra a exposição exagerada de material Yaoi por parte de fujoshis com esta imagens, passando assim a frente estas imagens e forçando quem for ler o texto a vê-las se nem mesmo você ver elas com bons olhos.
Tentei dar um toque de ironia ao post com tais imagens. Na verdade foi isso.
Sinceramente , Fujoshi é algo que me irrita .
Antes que fique bem claro , não tenho nada contra ter elementos homossexuais e relativos a isso em animes ou mangás , tanto que gosto muito de obras como Antique Bakery , Houro Musuko , Moyashimon etc.
O que me irrita é o fato de que as Fujoshis querem tanto ver seus amados príncipes se “pegando” que para atender essa demanda , acabam deturpando obras como Nº 6 cujo final foi um lixo.
Esse exemplo demontra o esse tipo de gente em geral que prefere entupir a imaginação de porcaria , ao invés de presar por uma história decente.
Não é a toa que os BLs(Boys Love) ganharam o apelido de YAOI(Apelido pejorativo que significa basicamente , Sem história , desenvolvimento e personagens).
Muitas dessas Fujoshis chegam a serem hipocritas a ponto de criticar o elementos ecchis e moes de mangás shounen , cujo publico alvo são garotos pré adolecentes , enquanto escrevem fanfics normalmente baseados em histórias em que existem dois personagens masculinos que de alguma forma tem um laço forte que os prendem , como amizade ou até msm vingança.Elas deturpam as características dos personagens , ignorando as bases deles e criando história sem sentido.Vejamos como exemplo as centenas de Fanfics de Code Geass que existem sobre o romance entre Lelouch e Suzaku. Elas ignoram todos os sentimentos dos personagens , suas convicções e seus carater para criar uma história nojenta que tem como única finalidade levar ao climax que seria um sendo “comido” pelo outro. E como se não bastasse elas poluem redes sociais e o buscadores com imagens das suas “obras primas” .
Concordo e discordo ao mesmo tempo. Eu até acho legal fazer esses casais e exercer essa imaginação criativa em cima desse seu objeto de anseio. São fanfics. Todo mundo já fez isso uma vez ou outra na vida querendo moldar seus personagens favoritos em situações que jamais surgiriam em mangás normais. Existem, claro fanfics que respeitam tudo isso, mas acho que essa imaginação n classifica isso como escrotice.
Eu adoraria ver um BL de Syaoran e Yukito. Na vera mesmo. Em poucas obras de ficção há essa liberdade que há nesse g~eenro para imaginar relações homossexuais que são tidas como erradas. Se tem algo que eu acho legal do BL é tirar esse taboo e mostrar (muito niponicamente) que homossexualismo é algo inerente da cultura deles e n um taboo como no ocidente. Claro que o exagero é sempre nocivo. Óbvio.
Bom, nada contra Yaoi, mas que exageram, exageram! Eu só comecei a entender que algumas meninas adoravam ver um romance homossexual quando assistir Ouran High School Host Club, já que quando os irmãos gêmeos fingiam se pegar as meninas do anime vibravam!